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Cinema | Midnight Special (2016)

Posted by Samuel Cassemiro on 2/19/2017 in , , , , ,


Comparado com clássicos do Steven Spielberg, Midnight Special(2016) pode até ter algumas nuances relacionadas aos sci-fi dos anos 1980. Porem, ele parece traçar um modo mais introspectivo e simplista sem grandes extravagancias de mostrar as dificuldades de pai, que fará de tudo para ajudar seu filho.

A história, mostra os eventos que seguem Roy Tomlin(Michael Shannon) fugir com seu filho Alton (Jaeden Lieberther) após escaparem do parecia ser, uma fazenda onde se realizavam cultos religiosos., em torno da criança. Ao que indica, Alton é uma fragil com habilidades especiais com origens desconhecidas. Uma delas, é ser capaz 'sintonizar' frequências de rádio, estas eram usadas pelo culto como se fossem um novo manifesto do  'Deus' na Terra.

O filme nos leva em uma especie de road-trip pelo sul dos Estados Unidos, em busca de um lugar desconhecido e incerto. Onde pai e filho buscam entender as complexidades em si mesmos, ainda escapar das forças do FBI e da Ceita que os aprisionou por tanto tempo.

Se há alguma comparação, por mais estranha seja, é que filme tem de certa forma algumas particularidades com o Quarto de Jack (2015), afinal vemos a maior parte do tempo uma criança que cresceu quase por uma década isolada em fazenda cheia de malucos religiosos e agora é obrigada a enfrentar o mundo lá fora. Michael Shannon é um ator incrível, o filme tem poucos diálogos a maior parte do drama é passado ao espectador através das expressões de Shannon.

A ficção cientifica de um modo geral, sempre buscou extrapolar a ciência do futuro parar debater e questionar a humanidade nos dias de hoje. E com esse longa, a abordagem foi uma pouco diferente. Já que ele buscou mostrar os problemas entre pai e filho numa busca de auto conhecimento, fé e cumplicidade.

Jarden Lieberther faz um ótimo trabalho, já que Alton é menino bem fechado e fragil. E a maior parte do filme vemos ele se comunicar muito pouco, sempre tentando entender o que ele é e o quão perigoso ele poder ser para o mundo.

O longa tem nomes fortes no elenco, como Kristen Durst e Adam Driver, Durst faz o papel da mãe de Alton, uma mulher que foi expulsa da seita que pai e filho estão fugindo. Adam é o agente da Agencia Nacional de Segurança que é encarregado de encontrar o menino Alton.

Jeff, Shannon, Jarden, Kristen e Sam Shepard

O visual do filme tem um esmero tão delicado, Jeff Nichols apesar de um diretor jovem,  é conhecido por drama familiares, como Loving e Take Shelter (outro sci-fi incrível, também protagonizado por Shannon). Ele também ganhou o Palma de Ouro por Midnight Special. De certa forma os filmes desse cara, tem uma unidade muito bacana. Afinal ele costuma arrastar uma equipe com ele aos novos projetos que faz.

Definitivamente, Midnight Special não é uma cinema pipoca que vai te pegar na mãozinha e apresentar cada coisinha da trama, acho que este é um diferencial que o filmes grandes de holywood estão voltando aproveitar.

Quase como em Arrival (2016) a trama se desenvolve sozinha sem aqueles momentos estúpidos, onde toda a ação é parada pra alguém fazer um discurso explicativo para as pessoas (o espectador) que na trama na prática já sabem disso. Mesmo sendo ao que filmes underground sempre puderam desfrutar.

A trilha sonora  foi composta por David Wingo, que faz parte da trupe do Nichols. Ele trabalha muito bem um piano que tem um potencial muito grande para 'grandes temas do sci-fi'.



O filme teve recepções divididas, algumas pessoas gostaram outras acharam que foi um tentativa medíocre de emular os clássicos dos anos 80. Mas, pessoalmente, eu acredito que Jeff Nichols apenas tentou trabalhar os laços familiares com trama de fantasia. E ele faz uma trabalho competente, já que até então, ele trabalhou com filmes independentes, baixo orçamento e este foi um dos primeiros filmes mainstream que ele fez. 

No mais, Midnight Special nunca se propôs a ser nada, mais do que ele é. Um filme que vale apenas ser apreciado e quem sabe daqui alguns anos os hipster cult achem esse filme numa sessão do Netflix e ele se torne cultuado né?


[SPOILER SOBRE O FINAL DO FILME]

Bem, o que seria Alton? Bem foi a grande pergunta do filme né? É difícil entender o que o garoto quis dizer, sobre si mesmo. O deixa implícito é que possa ser um 'anjo'. Não no sentido religioso mas, seria a representação de um.  Já que o filme, mostra que os seres semelhantes a Alton são criatura feita de luz pura.

Quando Tommy enfim olha para o sol ao final do filme, notamos uma paz no seu semblante. Ele está feliz, por que seu filho está livre junto aos seus iguais.



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Ensaios | Monologo á Deus

Posted by Samuel Cassemiro on 3/15/2014 in , , , , ,



Eu sempre lembro da minha ultima oração feito a Você. Eu tinha pouco mais de 9-8 anos, e com meus pais divorciados, uma instabilidade mental da minha parte por ter achado que a causa da separação era eu. Então eu pedi, um pote de sorvete com Coca-Cola, sim era um pedido totalmente egoísta aos meus olhos hoje. Mas era um domingo, e assim que sai-se da Igreja, minha irmã iria me levar a nova casa do meu pai. Eu estava com fome, e de alguma forma inocente acreditava que se tivesse Sorvete e Coca assim como os domingos quando chegava em casa e meus pais estavam juntos. Algo mágico iria fazer desse pedido, meus pais voltarem a vida de antes.

Não me entenda mal, eu sabia na época que isso não é tipo de coisa que se pede ao Senhor, mas era o que eu queria. Eu queria um pote de sorvete com coca-cola. 

Não tinha sorvete, muito menos coca-cola quando cheguei na casa do meu pai.

O pastor, sempre dizia que Deus estava de olho em nós, e cuidava de seus cervos. Se você era justo, Deus também seria justo com você.
Eu não era causa da separação de meus pais, meu pai traiu minha mãe com amiga da família. Veja só, o senhor tem um jeito estranho de cuidar de seus servos.

Mas olhe bem, eu não estou culpando o senhor pelos atos de meu pai, MUITO MENOS culpando o demônio.

Enquanto que na época eu simplesmente não tinha que lidar com nada daquilo, tinha minha mãe que afundou sob si. E agora eu só tinha minha irmã para me dar uma luz.

Dos anos pra cá, eu simplesmente deixei de seguir os dogmas. Afinal, nada do que foi prometido a mim, foi comprido. Mas não vamos entrar nisso, okay? Não foi culpa sua, eu entendo isso agora.

Alguns anos depois, eu já estava indo pra escola sozinho. Eu costumava ter um amigo, meu melhor e único amigo. Veja bem, eu perdi o gosto por fazer amigos.
Enfim, eramos muito amigos, do tipo fazer e rir das mesmas coisas, na época como criança que achava que era um pré-adolescente, o mundo além do meu próprio não me importava.

Antes de mais nada, eramos só amigos mesmo, okay?

Enfim, novamente alguém interviu nisso. E no fim acabei sem amigo, e quase todas as aulas no quarto ano, eu tinha que ficar na sala durante o intervalo. Eu fui me perdendo, em atitudes idiotas que um dia nunca pensei que faria parte em uma.

Foi nessa época de escuridão que me descobri como eu sou hoje. E até alguns anos depois, eu me culpava por talvez a culpa ser minha de Ser O que Sou. Mas, assim como todas as coisas que me aconteceram, eu simplesmente aceitei, como algo que era certo pra acontecer.

Eu era uma pessoas perdida, em sonhos e escolhas erradas, não tive alguém que erguesse a mão, muito menos abrir os olhos pra ver o que acontecia. Afinal somos assim não é? Fechamos os olhos à algumas coisas, pra não ter de lidar com elas no momento.

E foi assim, durante o restante da vida. Eu não sou de reclamar nem nada. Com os anos, tudo foi colocado para trás, e esquecido. Hoje, eu não sou nem um pouco do que já fui. Se é pra melhor, eu acredito que sim. Mas, alguns dizem que não. Eu digo a mim mesmo pra não ligar, e seguir em frente. Mas, palavras são coisas perigosas. 
Não importa, o que era ou fazia. Eu sempre medi as minhas, guardava pra mim. Houve sim, dias em que algumas escapavam, feriam pessoas, mas a vida segue e todo mundo é o que pelos erros e acertos.

Mas, assim como tudo que se repete. Uma hora nós cansamos de tudo, e jogamos as coisas pro ar, acertando a quem acertar. 

Ante-Ontem, ontem e hoje eu pensei a jogar as coisas pra cima. Pelo simplesmente fato de estar cansando de ter de se adaptar as coisas, as pessoas, aos momentos. Eu não quero meu sorvete com coca, mas que no minimo eu não seja mais obrigado a me adequar as coisas.

Estou cansado de adequar as coisas.

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