Ensaios | Monologo á Deus

Posted by Samuel Cassemiro on 3/15/2014 in , , , , ,



Eu sempre lembro da minha ultima oração feito a Você. Eu tinha pouco mais de 9-8 anos, e com meus pais divorciados, uma instabilidade mental da minha parte por ter achado que a causa da separação era eu. Então eu pedi, um pote de sorvete com Coca-Cola, sim era um pedido totalmente egoísta aos meus olhos hoje. Mas era um domingo, e assim que sai-se da Igreja, minha irmã iria me levar a nova casa do meu pai. Eu estava com fome, e de alguma forma inocente acreditava que se tivesse Sorvete e Coca assim como os domingos quando chegava em casa e meus pais estavam juntos. Algo mágico iria fazer desse pedido, meus pais voltarem a vida de antes.

Não me entenda mal, eu sabia na época que isso não é tipo de coisa que se pede ao Senhor, mas era o que eu queria. Eu queria um pote de sorvete com coca-cola. 

Não tinha sorvete, muito menos coca-cola quando cheguei na casa do meu pai.

O pastor, sempre dizia que Deus estava de olho em nós, e cuidava de seus cervos. Se você era justo, Deus também seria justo com você.
Eu não era causa da separação de meus pais, meu pai traiu minha mãe com amiga da família. Veja só, o senhor tem um jeito estranho de cuidar de seus servos.

Mas olhe bem, eu não estou culpando o senhor pelos atos de meu pai, MUITO MENOS culpando o demônio.

Enquanto que na época eu simplesmente não tinha que lidar com nada daquilo, tinha minha mãe que afundou sob si. E agora eu só tinha minha irmã para me dar uma luz.

Dos anos pra cá, eu simplesmente deixei de seguir os dogmas. Afinal, nada do que foi prometido a mim, foi comprido. Mas não vamos entrar nisso, okay? Não foi culpa sua, eu entendo isso agora.

Alguns anos depois, eu já estava indo pra escola sozinho. Eu costumava ter um amigo, meu melhor e único amigo. Veja bem, eu perdi o gosto por fazer amigos.
Enfim, eramos muito amigos, do tipo fazer e rir das mesmas coisas, na época como criança que achava que era um pré-adolescente, o mundo além do meu próprio não me importava.

Antes de mais nada, eramos só amigos mesmo, okay?

Enfim, novamente alguém interviu nisso. E no fim acabei sem amigo, e quase todas as aulas no quarto ano, eu tinha que ficar na sala durante o intervalo. Eu fui me perdendo, em atitudes idiotas que um dia nunca pensei que faria parte em uma.

Foi nessa época de escuridão que me descobri como eu sou hoje. E até alguns anos depois, eu me culpava por talvez a culpa ser minha de Ser O que Sou. Mas, assim como todas as coisas que me aconteceram, eu simplesmente aceitei, como algo que era certo pra acontecer.

Eu era uma pessoas perdida, em sonhos e escolhas erradas, não tive alguém que erguesse a mão, muito menos abrir os olhos pra ver o que acontecia. Afinal somos assim não é? Fechamos os olhos à algumas coisas, pra não ter de lidar com elas no momento.

E foi assim, durante o restante da vida. Eu não sou de reclamar nem nada. Com os anos, tudo foi colocado para trás, e esquecido. Hoje, eu não sou nem um pouco do que já fui. Se é pra melhor, eu acredito que sim. Mas, alguns dizem que não. Eu digo a mim mesmo pra não ligar, e seguir em frente. Mas, palavras são coisas perigosas. 
Não importa, o que era ou fazia. Eu sempre medi as minhas, guardava pra mim. Houve sim, dias em que algumas escapavam, feriam pessoas, mas a vida segue e todo mundo é o que pelos erros e acertos.

Mas, assim como tudo que se repete. Uma hora nós cansamos de tudo, e jogamos as coisas pro ar, acertando a quem acertar. 

Ante-Ontem, ontem e hoje eu pensei a jogar as coisas pra cima. Pelo simplesmente fato de estar cansando de ter de se adaptar as coisas, as pessoas, aos momentos. Eu não quero meu sorvete com coca, mas que no minimo eu não seja mais obrigado a me adequar as coisas.

Estou cansado de adequar as coisas.

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