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Séries | CRÍTICA: Sense8 1ª Temporada

Posted by Samuel Cassemiro on 7/15/2015 in , , ,


Os irmãos Watchowisk, estavam tentando emplacar um novo "Matrix" desde final da trilogia cyber punk mais amada pelo mundo. E como dizem a sorte não bate na mesma porta dua vezes, após trabalharem na recente space-opera, O Destino de Jupiter, e antes desse, A Viagem, que foram uma chuva de criticas negativas em relação ao filme.

Netflix comprou a ideia de produzir série afinco. Após as já supers bem faladas, Orange is the New Black, House of Cards e a recente parceria com a Marvel na antologia de heróis urbanos, que começou com Demolidor. Eles voltaram para o publico, que andou muito apagado desde o final de Lost e Fringe. FICÇÃO CIENTIFICA!

Sense8 vai companhar 8 pessoas que após um evento, acabam compartilhando suas mentes entre sí. Elas podem sentir a dor de outra pessoa, do outro lado mundo, assim como usar as habilidades das outras pessoas. Eles são chamados de sensate e existe uma organização poderosa que quer caçar as pessoas com essa habilidade.


Muito mais do que só, pessoas sentindo umas as outras e vez ou outra se ajudando. Sense8 é um estudo ao comportamento humano e uma viagem cinematográfica a oito lugares pelo mundo. No livro, Todo dia, do David Levithan, eu tive essa mesma sensação, do autor saber trabalhar todos os tipos diversos de personagens naturalmente. Apesar desse livro jovem adulto, não ter muito relação com a produção de Sense8, a dinâmica é relativamente parecida.

Na odisseia da A Viagem os Wachowisk, se mostram muito versastes em capitar várias épocas e tipos de personagens diferentes.

E com Sense8 foi algo muito além disso, literalmente temos vários 'gêneros' implantado em cada uns dos personagens. Apesar de algumas criticas negativas em relação a alguns clichês usados no decorrer da série. Eles são relativamente aceitáveis, é impossível contar uma história com oito personagens cada um deles, super bem desenvolvidos sem apelar para alguns clichês e nesse caso não foi de todo ruim.

Os Sensates


Capheus Van Damme (Aml Ameen), um jovem motorista em Nairobi que luta todos os dias para ter  dinheiro honestamente para comprar remédios para mãe, que está sofrendo com AIDS. Porem, ele acaba se envolvendo com uns 'chefes' do crime organizado local. O ator Aml você talvez deva conhecer ele, como o Alby do Maze Runner Corre ou Morre (Crítica do livro aqui). E olha o menino sabe atuar. Capheus vive numa situação onde poucas coisas são bonitas e dificeis de se ter. Na maioria das vezes que interagem com um dos sensate ele fica maravilhado pela realidade tão diferente e de certa forma feliz da sua.



Kala Dandekar (Tina Desai) de certa forma, é o Wachowisk dando sua assinatura própria para a bollywood e suas produções - uma curiosidade, é que lá a polo cinematográfico que mais produz longa metragens no mundo todo. Kala é uma farmacêutica bem sucedida e que diferente da demais mulheres da sua idade, Kala está prestes a se casar 'por amor' e não poder um acordo entre famílias. Pelos menos é isso que todos acham, menos ela.






Sun Bak (Doona Bae) filha de um poderoso empresário em Seul de dia e a noite é uma grande lutadora de kick boxing clandestinos na capital Sul Coreana. Após a sua mãe morrer, seu pai acabou afastando-a de perto e se dedicou ao seu filho. Apesar de tudo Sun consegue levar a vida, com a promessa que sua mãe a fez fazer pouco antes de morrer. Que era proteger seu pai e irmão, e isso era relativamente simples, até seu irmão fazer um cagada gigante e ela ser obrigado a fazer algo drástico.




Nomi Marks (Jamie Clayton) uma transsexual, lésbica, ativista e hacker que vive em San Francisco. Nomi tem problemas com mãe que ainda, reluta a aceitar que a Nomi não é mais Michael. E isso gera, um problema, ela sofre um acidente e acaba indo parar no hospital. Lá o medico e sua mãe começam a suspeitar que Nomi esteja sofrendo de alguma doença cerebral. Aos poucos Nomi nota, que isso não é verdade e que de alguma forma ao seu médico sabe o que ela é capaz de fazer, que ela é uma sensate. E agora ela vai precisar da ajuda de 7 desconhecidos a milhares de quilômetros de distancia pra conseguir escapar de ser lobotomizada.



Riley Blue (Tuppence Middleton) uma DJ islandesa que fugiu de seu passado traumático para tocar sua música nas noites de Londres. Riley aos poucos começa a ver seu passado voltar atrás dela, numa ultimo recurso ela tenta voltar para sua terra natal, Islandia. Riley se vê atrai por outro sensate, Will mesmo que nunca realmente tenha estado com ele fisicamente. A partir disso começa  a surgir uma romance entre dois. E isso pode se tornar um perigo para todos os outros sensate.



 Wolfgan Bogdanow (Max Riemet <3)uma arrombador de cofres em Berlim, que tem problemas com sua família que participa do crime organizado. Basicamente, o arco dele é um filma de mafia russa! Após Wolfgang arrombar um cofre (que até então nunca foi arrombado por ninguém) desvendando a sua senha e com isso passando a perno no seu primo que iria tentar fazer o mesmo.






Lito Rodrigues (Miguel Ángel Silvestre) um ator mexicano de sucesso nos filmes de ação. E gay não assumido. Lito tem um namorado em segredo de todos, porem após sua namora-fake descobrir isso. Ela propõem um acordo que Lito não pode recusar. Apesar de relutante ele acaba sedendo ao acordo o que pode acaba sendo um problema no futuro e ele terá que aceitar sua sexualidade ou não.





Will Gorski (Brian J. Smith) um policial de Chicago que ainda é assombrado por um caso não solucionado quando criança, pelo seu pai. Will começa a investigar um possível crime, que tem uma ligação com o motivo dele agora estar vendo e conversando com pessoas do outro lado do mundo. Nesse tempo, ele acaba sentindo uma atração pela Riley mesmo que isso possa por em risco todos outros sensate. Ele começa a achar vestígios de uma organização que caça os sensate e esta pode até mesmo estar ligada com o caso o assombra desde de criança.




Então essas oito vidas completamente diferente e distantes uma das outras. São ligadas após um 'evento' no inicio da série e partir desse 'evento' eles podem compartilhar as mentes; Pensamentos, Habilidades , Corpo e Sentimentos.

Eu particularmente tenho um problema com séries de trama globais; Eu quero que os personagens se interagem de verdade. E com Sense8 isso sumiu nos primeiros minutos. A direção é um show parte, é difícil crer que isso seja a televisão de hoje. Lana e Andy sabem filmar qualquer coisa, de modo incrível que é dado a eles.
 Um detalhe que pode parecer pequeno, é que Lana é uma transsexual, escrever um personagem transsexual, que é vivida por uma atriz transsexual também. E isso de um carga dramática e realística na personagem, Nomi mas, que ainda sim não faz dela A Protagonista. Pois cada um dos personagens são desenvolvidos igualmente de forma completa. Atrávez de dialogos entre eles e flash backs no decorrer da série.


É uma série humana em outras palavras. Ela trata de vários assuntos, envolve o espectador como se ele fosse um nono sensate e isso vai crescendo ao decorrer dos episódios de forma tão natural. E tem os ápices, onde todos eles usam suas habilidades para um único objetivo. E cara, que show!

Os planos que Andy e Lana fazem são simplesmente absurdos. Ele poem você junto com os personagens e as dores deles se tornam as suas dores. Tem algumas cenas que foram filmada sem pelo menos três países diferentes e de um jeito que as fizeram parecer como se fosse um único lugar. 

Os irmãos Wachowisk eles buscam paralelos com religião e o ser humano de hoje e evolução dele no amanha. E vemos isso em cada um dos personagens. suas sinas e culturas se misturando e sendo apresentadas ao espectador de forma tão humana que fica difícil não ter empatia por apenas um dos sensate.

A trilha sonora é outro caso aparte vocês terminar a série cantando What's Up e Demons loucamente. Teve Sigur Rós e seu melancolia, Lykke Li com, acho eu, uma das poucas músicas alegrinhas dela, Get Some (ainda que a letra seja uma depressão total).

Eu tenho uma queda por filmes indianos, e Kala foi uma das personagens que mais gostei. Uma das cenas inciais dela é no seu noivado, onde tem até um lip-sync barra performance na sua festa. O figurino! Que coisa linda aquilo! 

Acho que tema dessa temporada, foi o preconceito vencido pelo amor. Mas no geral mesmo. A forma como o arco da Nomi foi mostrado foi algo muito delicado. Assim como foi em no da Kala com aquele final, muito intenso.

A narrativa ainda que não seja fechadinha, ela termina bem. Sem grandes coisas esquecidas. Embora muita coisa ainda deve ser explicada. Sense8 promete uma segunda temporada ainda melhor do que a primeira.

Eu recomendo fortemente essa série e veja ela com o coração aberto e com toda certeza você vai amar ela. 

Olha eu não sou uma pessoa muito emotiva e algumas séries tem o problema de serem feitas para a grande massa podem ser muito saturadas em alguns pontos. Com cenas desnecessária mas, Sense8 foi uma subida árdua de sentimentos que chegou no final, eu comecei a chorar piamente com aquele por do sol lindo e trágico.



SPOILERS DA PRIMEIRA TEMPORADA

As interações entre os personagens na cena final do resgate da Riley foi bem legal. E porra lembra como falei que essa série tem uma empatia forte? Então, a cena da Riley colocando a arma na boca foi fenomenal, eu como pessoa eu aceitei Riley fazendo seu sacrifício de uma forma tão empática e sentimental, algo que Will não conseguiu.


A cena da suruba-mental, o que foi aquilo? Só de começar a ouvir Demons do Fat Boy Slim já fico todo arrepiado agora.

A religiosidade no arco de Kala é algo tão sutil e cresce e vir um monstro. Confesso que no começo eu não gostava muito da personagem. Pois o drama dela sobre casar ou não, era tão fútil ao meu ver. Mas no fim aceitei de bom grado. Que final intenso aquele né? Pode parecer besteira, mas aquele tipo de coisa acontece quase todos os dias na ruas da Índia.


Sobre Wolfgang? Olha eu já amava em Free Fall (que fiz critica aqui) e agora eu quero casar com ele. A cena que ele invade a casa do tio foi digna do final de Scarface. \o/

A cena do acidente de Riley tão linda e brutal nesse ponto da história, eu já estava tão ligado a os personagens que sinceramente comecei a chorar antes de mesmos do carro bater.

E Will meu lindo. E agora? Ele vai ficar inconsciente pra sempre? Eu achei um final digno ainda que triste.

Os flashbacks dos nascimentos de cada um, foi outra cena linda e tão humana. Não foi nada suavizado, foi crua por assim dizer e isso só deixou ela mais linda.

Cara, foi impressão minha ou o Lito e a Nomi não tiveram flashback quando crianças? Em compensação, a cena dos dois interagindo no museu. E Nomi contando como foi a sua transição, foi linda e tocante,

Não vejo a hora de ver a próxima temporada, que deve estrear no primeiro semestre de 2016. \o/



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